28 de out. de 2007

De graça é melhor

Quando entrei pela primeira vez na internet, isso nos idos de 1998, achei a coisa mais incrível do mundo! Tudo que eu pesquisava estava lá. Fotos, partituras de música para violão, jogos, programas, textos, livros inteiros. E muito mais. Muito mais mesmo! Era como se tudo que fosse possível conseguir via computador estivesse à mão e de graça! Bastava digitar uma palavra e como mágica lá estava o resultado... milhões de resultados para a busca. Um mundo de possibilidades se abria e parecia não ter fim. Mas a pergunta inevitável veio: quem paga por tudo isso? Eu não tinha noção de que um download custava consumia uma banda que era taxada, que um espaço num servidor era alugado, que produzir um site custava muito caro ou pelo menos dava muito trabalho... mas tinha uma noção que aquilo tinha um custo e não ficaria gratuito para sempre. E não demorou muito até que começaram a aparecer os links patrocinados, os e-commerces, os mercados-livres da vida, as lojas reais dentro da internet, etc.
A partir daí, quase toda as buscas caiam em algo que precisava pagar para "baixar". Fosse uma apostila ou um programa, uma música ou um vídeo, uma notícia de jornal ou um anúncio, tudo era passível de taxação. E justamente quando as pessoas na sua grande maioria tinham começado a desfrutar e usufruir do potencial da internet. Mas as pessoa aceitaram a mudança. E pra falar a verdade, muitos serviços vieram para revolucionar a forma como as pessoas utilizam a rede de computadores. As loja online trouxeram a liberdade de comprar com segurança de dentro de sua própria casa. Os correios fazem o serviço de entregas com qualidade insuperável. E os bancos criaram meios mais fáceis de seus clientes interagir com suas finanças e contas.
Mas tudo tem que ter o seu "senão". Neste caso foram as propagandas. Os links patrocinados, links pagos para aparecer em locais privilegiados dos sites, começaram a rentabilizar qualquer um que tivesse um site com extrema facilidade. Isso propiciou que muitas buscas que antes levavam para um lugar onde pelo menos se pudesse comprar o que se procurava, passaram a levar para links de links cada vez menos relevantes. Tanto que os links que aparecem nas laterais dos sites são praticamente ignorados pelos internautas. As propaganda acabaram por entrar no conteúdo dos sites e se mesclaram a esse. Agora, quando se busca numa lista de links de um site corre-se o risco de clicar num link patrocinado e ser levado para um site de um produto que dificilmente você procura. Até porque se você estiver procurando por meias de lã, por exemplo, vai cair num site específico nos primeiros resultados da busca isso se o site não for apenas uma arapuca, os famosos "caça paraquedistas", como dizem os blogueiros que ganham com estas propagandas em seus sites.
Os editores de sites tem que rentabilzar seu trabalho sim mas a internet não pode perder aquela essência libertária e educativa que teve nos seus primeiros tempos. Nem que não se encontre tantas coisas de graça, mas que pelo menos seja relevante como era naqula época.

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